É Carnaval!!!!!!!!!!!

Como compôs Tom Jobim, na letra em parceria com Vinicius de Moraes, A FELICIDADE


"A felicidade do pobre parece
 A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
e tudo se acabar na quarta feira"

 Logo abaixo postei um texto muito legal sobre o Carnaval.
Eu amei este texto que o Profº de Ciências Humanas Marcos Sturmer adaptou e postou no blog do ProJovem Urbano Rio Branco (Canoas-RS).
Proporcionar aos educandos refletir sobre a realidade construindo relações entre o cotidiano e o conhecimento ciêntifico a partir da integração das diferentes áreas... 

A sementinha  foi plantada... Tenho cereteza que o carnaval será visto com outro olhar para os que desfrutaram desta leitura.



CARNAVAL.... direito ao excesso e à fantasia distribuídos igualitariamente.

Para quem não gosta de carnaval, este texto pode ajudá-lo a ter uma outra visão desta festa popular...



No carnaval, o brasileiro tem a possibilidade de “liberdade” e de viver uma ausência fantasiosa e utópica de miséria, trabalho, obrigações, pecado e deveres. É um momento onde se esquece as dificuldades da vida, e mais que isso, de fazer tudo ao contrário. É quando ele pode viver uma experiência do mundo como excesso – de prazer, de riqueza ou luxo, de alegria e riso, do prazer sensual.

O carnaval não escolhe entre ricos e pobres, é uma festa onde todos são iguais, ou podem viver uma significativa experiência de igualdade.


No carnaval, não é mais o trabalho que castiga o corpo, mas o prazer e a “brincadeira”.

Enquanto o uniforme é uma vestimenta que cria ordem e hierarquia, a fantasia permite o exagero e a troca de posições. A fantasia é tanto o sonho acordado quanto aquela roupa que realiza a ponte entre o que realmente somos e o que poderíamos ter sido ou merecíamos ser. A fantasia promove a passagem para outros lugares e espaços sociais, permite o livre trânsito de pessoas por um espaço social que o mundo cotidiano, com suas leis e preconceitos, torna proibitivo. Ela torna possível passar de “ninguém” para “alguém”, de marginal do mercado de trabalho a figura mitológica.

Esa liberdade que coloca as regras diárias de cabeça para baixo é fundamental numa sociedade cuja rotina é dominada pelas hierarquias que a todos sujeitam numa escala de direitos e deveres vindos de cima para baixo, dos superiores para os inferiores, dos "fulanos" que entram na fila e das pessoas que jamais são vistas em público como comuns.

Retirado e adaptado do texto “Carnaval ou o mundo como teatro e prazer” de Roberto Damatta.

Fonte: http://projovemriobranco.blogspot.com/2010/02/carnaval-um-outro-lado-direito-ao.html










O cântico da terra - Cora Coralina

Eu sou a terra, eu sou a vida. Do meu barro primeiro veio o homem. De mim veio a mulher e veio o amor. Veio a árvore, veio a fonte. Vem o fruto e vem a flor. Eu sou a fonte original de toda vida. Sou o chão que se prende à tua casa. Sou a telha da coberta de teu lar. A mina constante de teu poço. Sou a espiga generosa de teu gado e certeza tranqüila ao teu esforço. Sou a razão de tua vida. De mim vieste pela mão do Criador, e a mim tu voltarás no fim da lida. Só em mim acharás descanso e Paz. Eu sou a grande Mãe Universal. Tua filha, tua noiva e desposada. A mulher e o ventre que fecundas. Sou a gleba, a gestação, eu sou o amor. A ti, ó lavrador, tudo quanto é meu. Teu arado, tua foice, teu machado. O berço pequenino de teu filho. O algodão de tua veste e o pão de tua casa. E um dia bem distante a mim tu voltarás. E no canteiro materno de meu seio tranqüilo dormirás. Plantemos a roça. Lavremos a gleba. Cuidemos do ninho, do gado e da tulha. Fartura teremos e donos de sítio felizes seremos. Cora Coralina